Ensino Superior: Respostas

Um anónimo colocou quatro dúvidas sobre Biologia e eu achei que seria melhor responder num post. Ora, comecemos: 1. Qual é as percentage...

Um anónimo colocou quatro dúvidas sobre Biologia e eu achei que seria melhor responder num post. Ora, comecemos:
1. Qual é as percentagens para o curso de Biologia?
Depende. Depende da faculdade a que queres candidatar-te. Há umas que pedem 50% prova de ingresso / 50% média do secundário, enquanto outras pedem 35% prova de ingresso / 65% média do secundário e pode haver ainda mais variações. É uma questão de pesquisar. Normalmente diz no próprio site da faculdade, juntamente com outras informações do curso.

2. Diz-me um pouco das cadeiras que tens em Biologia.
Aviso desde já que o plano de estudos varia de faculdade para faculdade, há cadeiras completamente diferentes numa universidade e noutra. Eu vou dizer o plano de estudos da faculdade que frequento, ou seja, o MEU plano de estudos.

Ora bem, o meu primeiro semestre foi praticamente todo para aprofundar conhecimentos que vamos precisando ao longo do curso. Por isso eu tive Biomatemática, Biologia Celular, Química, Biofísica e, por fim, Geologia. A Biomatemática é, nada mais nada menos, do que a continuação da matemática do secundário. Biologia Celular é, como o próprio nome indica, a biologia das células, e é uma cadeira essencial para perceber fenómenos que acontecem… visto que a célula é a unidade fundamental da vida. Saber como elas funcionam é sempre ótimo. Química foi um aprofundamento da matéria do secundário, também. É importante perceber para cadeiras que se tem mais para a frente, como Bioquímica Estrutural no segundo ano. Biofísica é física aplicada à Biologia. É muito importante também para perceber certos mecanismos, perceber o porquê das coisas acontecerem de uma maneira e não de outra. A cadeira que menos gostei foi Geologia e, para mim, foi também a mais inútil do semestre! E do ano! E do curso! Ainda não percebi a intenção de Geologia estar a ser lecionada no curso de Biologia, mas pode ser que algum dia entenda. Geologia foi, tal como Química, uma cadeira para aprofundar conhecimentos do secundário, não há muito mais de novo.

No meu segundo semestre entrei mais na Biologia propriamente dita, depois dos conhecimentos bastante aprofundados. Tive Bioestatística, Biologia dos Anacordados, Embriologia e Histologia Animal, Morfogénese Vegetal e Genética Geral. Bioestatística é, sem tirar nem por, Estatística com um “Bio” para associar ao curso. Entra-se no campo das probabilidades, das distribuições e das inferências. Biologia dos Anacordados - sim, podem gozar um bocadinho com o nome, quem nunca o fez? “Anacordados” é, muito basicamente, um sinónimo de “invertebrados”, ou seja, em Biologia dos Anacordados estudam-se alguns dos milhões de animais invertebrados que por aí existe; desde a sua classificação taxonómica à sua morfologia, locomoção e alimentação, entre outros aspetos. No segundo ano há Biologia dos Cordados, onde se foca os vertebrados. Embriologia e Histologia Animal… ora bem, esta cadeira está dividida em duas partes; a Embriologia Animal e a Histologia Animal. Na primeira parte fala-se do desenvolvimento do embrião até ser feto, aprende-se a observar as diferenças entre um embrião com 24h e 33h – por exemplo - de diferentes animais, distingue-se os tipos de placentas que há, ... Basicamente, segue-se de perto o desenvolvimento embrionário tendo atenção a cada característica que difere aqui ou ali neste ou naquele animal. A Histologia Animal está mais relacionada com os tecidos, e consiste em saber as características e funções de cada um deles e seus constituintes. Estuda-se tecidos como tecido sanguíneo, tecido adiposo, tecido conjuntivo e tecido epitelial. Dentro destes grupos insere-se, mais especificamente, o tecido muscular, tecido do sistema reprodutor masculino e feminino, medula espinal, cérebro, pele, entre muitos outros. Morfogénese Vegetal está relacionada com plantinhas, a sua formação, características, funcionamento, … Fala-se de hormonas, fotomorfogénese, tropismos, nastias,  floração, crescimento e maturação dos frutos, germinação, e muito mais. Por fim, tive Genética Geral; é uma cadeira onde se retrata Genética de uma forma mais geral, dá-se um pouco de cada tema – como genética de populações, genética quantitativa e citogenética – mas não se aprofunda tanto como se podia aprofundar. Mas faz todo o sentido, porque no segundo ano, por exemplo, há uma cadeira que aprofunda a Genética Molecular! Genética Geral é o básico da Genética.

Volto a repetir: isto é o meu plano de estudos. É diferente de faculdade para faculdade. Por exemplo, um rapaz do meu curso esteve a estudar no Algarve e tinha Biologia dos Anacordados e Cordados numa só cadeira, enquanto que na universidade que frequento estas cadeiras são dadas separadamente.

3. Já li num post teu que a tua cidade universitária não é a mesma que a cidade onde vives… Porquê?
A resposta é fácil: foi opção minha. Sendo Biologia um curso espalhado por todo o país, eu decidi que não queria ficar na minha cidade quando podia estar longe das pessoas que, naquela altura, estavam a fazer-me mal. Optei por me afastar daquilo que estava a destruir-me aos bocadinhos dia após dia. É essa a razão pela qual a minha cidade não é a mesma que a minha cidade universitária. Posso dizer que foi das melhores coisas que fiz até agora.

4. Fica muito caro estudar longe de casa?
Fica mais caro do que estudar perto de casa, obviamente. Eu, por exemplo, como quase todos os que conheço, venho a casa quase todos os fins de semana e pago pela viagem de camioneta pouco mais de 8€. Volto para a minha cidade universitária e pago mais 8€. Só nas viagens gasta-se muito, no entanto fica muito mais barato do que ir de carro, óbvio. Os preços das viagens diferem consoante a distância da cidade para a qual se pretende ir.
Além disso há também o drama de arranjar casa. Eu fiquei nas residências universitárias, por ser o primeiro ano e eu ainda estar a ambientar-me. Provavelmente vou continuar lá, até porque gostei muito. No entanto, há quem prefira ficar numa casa ou num quarto alugado. Claro que se eu estivesse perto de casa não teria de me preocupar com o facto de chegar ao fim do mês e ter de pagar o alojamento! Ou seja, é mais uma despesa.
A juntar a isso temos as refeições. Nas residências universitárias da minha faculdade não há fogão nas cozinhas, por motivos de segurança. Há micro-ondas onde as pessoas conseguem cozinhar algumas coisitas, e depois há pessoas como eu que preferem ir à cantina das residências comer. Por uma refeição com prato, sopa e sobremesa paga-se 3€… agora imagine-se isto ao almoço e jantar durante cinco dias. Fica caro, sem dúvida! Quem aluga casas tem o facilitismo de poder cozinhar com fogão, sem qualquer problema, por isso poupa mais nesse aspeto.

Não me estou a lembrar de mais coisas que possa dizer, mas espero que tenha ajudado pelo menos em alguma coisa!

4 comentários

  1. Por acaso uma coisa que gostava de ter feito era mesmo estudar longe de casa mas nunca se proporcionou.

    ResponderEliminar
  2. Nunca pensei seguir Biologia, mas parece ter cadeiras interessantes :)

    ResponderEliminar
  3. Gostei do post sobretudo porque biologia até é um dos cursos que está entre as minhas opções futuras. tenho duas perguntas: 1. Qual é +/- a média para entrar em biologia? 2. Em que universidade estás a estudar? Eu compreendo se não quiseres dizer.

    ResponderEliminar